Ana Flávia é artista, professora, mãe e criadora do projeto Armazém de Histórias Ambulantes. A carrocinha troca fotos e escritos anônimos por histórias de clientes e é aberta quinzenalmente no Parque da Redenção, em Porto Alegre. É isso mesmo: o mercadinho não recebe em dinheiro, cheque ou cartão. Para muitos, o inusitado de parar e contar uma história a uma pessoa estranha ou a falta de tempo para conversar são impedimentos para a concretização do negócio. Ana Flávia conta que alguns só param mesmo é para fotografar o espaço e postar nas redes sociais.
O projeto das Histórias Ambulantes surgiu há 10 anos, e já desde antes disso a Ana Flávia vem se questionando sobre o lugar da arte que a arte ocupa no nosso mundo, por isso inventou de ir para as ruas. Nós conversamos sobre a história do projeto, a escolha por uma vida como artista, os aprendizados ao longo desse caminho, a necessidade de um espaço de escuta de histórias que não são notícia e também não são depoimentos de sucesso. Também falamos dos produtos da carrocinha, é claro.
O nosso foi um encontro de duas pessoas apaixonadas por escutar, por saber como são, como pensam, como vivem os outros seres humanos desse nosso tempo e lugar. Mas é interessante porque a gente tem perspectivas bem diferentes: eu como jornalista, e ela como artista. Eu fiquei muito curiosa, muito intrigada, às vezes meio perplexa, vocês vão ver, enquanto ela contava mais sobre o projeto. A conversa só não foi mais longe porque a Ana Flávia também é professora, os alunos começaram a chegar, e precisamos encerrar a entrevista. Um dia, sem dúvida, precisaremos retomar o papo 🙂
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Encontre a Ana Flávia e o Armazém de Histórias Ambulantes:
Ana Flávia no Facebook: https://www.facebook.com/anaflavia.baldisserotto
Armazém no Facebook: https://www.facebook.com/Armazém-de-Histórias-Ambulantes-534431290012286/
Site do Armazém: http://www.historiasambulantes.com.br/
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Outros links interessantes:
Centro Municipal de Cultura
Atelier Livre
Usina do Gasômetro
Praça da Alfândega
Parque da Redenção
Sobre o Chalé da Cultura
Sobre o livro Vaga em campo de rejeito, de Maria Helena Bernardes
Documentário El Velador, de Natália Almada
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Direto ao ponto:
[3:17] Sobre o Centro Municipal de Cultura
[5:12] O que é e como funciona o Armazém de Histórias Ambulantes
[6:14] O que é ser artista? O que é fazer arte? O que é ensinar arte?
[10:40] Questionando o confinamento da arte em si mesma
[12:27] Armazém como resposta ao desejo de ir para a rua
[13:29] A diferença entre o sonho de fazer e o fazer
[14:59] O frio na barriga ao comprar a carroça
[17:10] A primeira oportunidade de trabalhar com a carroça
[20:54] Definindo qual seria o primeiro produto da carroça
[26:00] O primeiro gostinho de rua e a ideia de “pagar com uma história”
[27:10] Pagar em dinheiro é mais fácil do que contar uma história
[28:43] A segunda experiência: ganhando força na rua
[31:09] A necessidade de um espaço de escuta e o medo da falência
[34:20] Quem tem tempo para isso? Os perfis dos clientes
[36:30] O primeiro cliente na Praça da Alfândega
[38:55] A cliente que deu origem ao segundo produto, os escritos de gaveta
[41:02] O que é feito com as histórias recebidas?
[44:57] Como registrar e compartilhar essas histórias?
[50:59] O inusitado da falta de registro digital
[53:03] O dia em que Ana Flávia achou que ia falir
[1:01:17] A sensação depois de um dia de trabalho na carroça
[1:04:50] Como será que é estar na pele daquela pessoa?
[1:06:37] As competências exigidas para trabalhar na carroça
[1:11:20] Que conselho a Ana Flávia daria para sua versão de 10 anos atrás?
[1:17:46] O quanto a gente aprende ouvindo os outros e refletindo sobre a própria vida
[1:21:28] Dicas de pessoas e trabalhos que inspiram a Ana Flávia
[1:23:37] Como encontrar a Ana Flávia e o Armazém
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